0

Boa sorte Clube do Povo

Amanhã o Inter estreia no Mundial contra o Mazembe, time de muita força e velocidade. Porém, não acredito que possa tirar o colorado da final. Mas, como não poderia deixar de ser, o blog vai dedicar um post de boa sorte para o Inter, nosso representante brasileiro na maior competição de clubes do mundo.

A história abaixo foi publicada anos atrás, na Zero Hora, no dia 04/03/2006, mas provavelmente é desconhecida por muitos.


Quarta-feira à noite, na arquibancada atrás da goleira do Estádio Santa Rosa, um colorado que vestia uma camisa simples mas vermelha derramava-se em satisfação por assistir ao seu Inter contra o Novo Hamburgo. Com o entusiasmo de quem não vê o time com freqüência, o torcedor que aparentava 40 anos de idade falava em voz alta à mulher e à filha em sua volta:

- Sou colorado de fé. Como é bom ver o time de perto. Não tenho dinheiro nem para comprar uma camiseta. Mas sempre que posso dou um jeito e assisto aos jogos do Inter.

Impressionado com o arrebatamento do torcedor, o analista de sistema S. Cardoso, 29 anos, perguntou-lhe:

- Você não tem dinheiro para comprar camiseta?

- Não, não tenho condições de comprar... sou trabalhador, sou vigilante, meu. Ganho R$ 350 por mês, mas não podia deixar vir aqui.

- Não tem mesmo nenhuma camiseta?

- Pô, mal consegui juntar R$ 16 e vir a Novo Hamburgo, sou da redondeza...

- Cardoso então tirou a camiseta oficial que vestia e a ofereceu ao torcedor anônimo.

- Toma, é tua.

Atônito, vigilante recusou o presente:

- Não, não posso aceitar! Esta camiseta é sagrada!

- Mas eu estou te dando, é de presente, pra você poder torcer com a camiseta!

- Não vou poder pagar, meu amigo, é melhor, não.

Com a insistência do analista, o vigilante aceitou a camiseta de malha e a vestiu ali mesmo. Aprumado com o presente, o vigilante desandou a chorar. Beijava a camiseta e dizia para a mulher e a filha, entre lágrimas:

- Uma camiseta do Inter! Agora eu tenho uma camiseta do meu time!

E saiu pulando pela arquibancada, mostrando o regalo. Cardoso assistiu ao restante do jogo sem camisa. Mais tarde, o vigilante reapareceu à sua procura:

- Olhaí, meu amigo, só consegui R$ 6 para te pagar a camiseta.

0 comentários:

Postar um comentário